Páscoa dos Militares em Porto Alegre reúne milhares de militares para celebrar a fé
Representações das Organizações Militares da Guarnição de Aeronáutica de Canoas (GUARNAE-CO) participaram, na manhã do dia 6 de agosto, dos eventos alusivos à Páscoa dos Militares em Porto Alegre. As celebrações contaram, também, com a presença de servidores civis e militares da Marinha, Exército e Brigada Militar. Pela primeira vez, a organização do evento ficou a cargo da Força Aérea. Foram realizados três eventos: uma Missa Católica, na Catedral Metropolitana de Porto Alegre, um Culto Evangélico, na Igreja Evangélica Encontros de Fé, e um Encontro Espírita no Auditório do CPOR.
A missa católica contou com a presença do Comandante Militar do Sul, Gen Ex Miotto e de Oficiais Generais da ativa e reserva do Exércio e da Força Aérea, além do Capitão de Mar e Guerra Amaury, Comandante da Capitania dos Portos de POA, representando a Marinha. A celebração foi presidida pelo Arcebispo Militar do Brasil, Dom Fernando José Monteiro Guimarães, e concelebrada pelo Tenente Coronel Padre Cláudio José Kirst, Capelão do Comando Militar do Sul, e pelo Major Padre Jones Alberto Ribeiro, Capelão da ALA 3 e responsável pela organização do evento.
“O Brasil precisa de uma nova noção de cidadania…”
Em sua homilia, o Arcebispo emocionou a todos com suas palavras, “a farda do coração o militar não deposita em local nenhum, ele leva para sempre”. E continuou, “o Brasil precisa de uma nova noção de cidadania e civismo, pois há uma crise de moral, ética, consciência, que atinge todos os níveis do nosso País. Sem valores fundamentais não se constrói uma sociedade. E os militares acreditam e pregam esses valores fundamentais. Sem Deus o homem não constrói, o homem só destrói“.
Durante o ofertório, militares da Marinha, Exército e da Aeronáutica depositaram no altar objetos representativos de cada Força, como forma simbólica de agradecimento. O 2T Andrew, do Esquadrão Phoenix, foi o responsável por conduzir uma réplica de uma aeronave da FAB até o altar. Em seu discurso, o anfitrião, Brigadeiro Arnaldo, Comandante da Ala 3, ressaltou a importância de Deus para os militares, no conforto, principalmente nos momentos difíceis e de grande perigo. “Viver no limiar entre a vida e a morte, nossa e dos outros, não é tarefa fácil e requer coragem, profissionalismo, responsabilidade, respeito aos diplomas legais, amor à profissão, patriotismo, fé na missão e, acima de tudo, fé em Deus“. A Catedral Metropolitana estava lotada, sendo que sua capacidade é para mil pessoas, sendo cerca de 300 militares da FAB.
Irmãos em Cristo
O culto Evangélico foi iniciado com a oração feita pelo Ten Cel Capelão Evangélico do Exército Brasileiro, João Luís Bolla, e foi conduzido pelo Capitão Capelão Evangélico, Daniel Alves da Costa. Os cânticos congregacionais foram entoados por um grupo de militares pertencentes às Organizações Militares da GUARNAE-CO. A pregação foi ministrada pelo Reverendo Vinícius Lacerda, pertencente a Igreja Presbiteriana do Brasil, “devemos confessar os nossos erros a Deus e buscarmos o perdão e a restituição da aliança com o Senhor e Ele, por sua vez, vai nos restituir e nos tratar como filhos amados e nos dá vida nova que representa a Páscoa (a passagem para uma nova vida), não por merecimento, mas por pura graça. Não por fazermos o bem, mas pela graça alcançada por meio da morte de Cristo na Cruz, pois é Deus quem nos chama e é Deus quem nos ama em primeiro lugar“.
O culto baseou-se no texto bíblico encontrado no livro de Lucas Cap 15 e Versículo 1, 2 e do 11 e no livro de Isaias Cap 25 a partir do versículo 6. Ao término do culto, todos os pastores e capelães impetraram a bênção sobre todos presentes. Dentre os presentes, cita-se o Coronel Omar pela FAB, o Coronel de Infantaria Álvaro Siqueira Vasco Júnio pelo EB; a Tenente Laila pela Marinha e o Coronel R1 Salomão Pereira Forte, pela Brigada Militar.
“Os grandes espíritos que fizeram diferença na terra”
O encontro espírita foi realizado no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército (CPOR) e foi ministrado pelo Coronel R1 Azambuja. Em sua oratória, o Coronel citou os grandes espíritos que fizeram diferença na terra, inclusive Jesus. Ressaltou a importância do amor ao próximo evitando a distinção por crédulo e raça, “quando entrares no Reino dos Céus, não te serás perguntado qual tua religião, mas sim quantas lágrimas enxugaste“.
“Compreenderás que o receber é efeito do dar, tanto quanto o colher é o resultado do plantar. A lagarta que teme a metamorfose jamais plainará como borboleta leve no azul do ar. A flor que receia o desgaste nunca atingirá a semente que a perpetua. O amor que se enclausura não amadurecerá em dádivas renovadoras“, do livro Dimensões da Verdade, capítulo 8. Ao total, foram 280 militares das três Forças Armadas no culto e 80 no encontro espírita.
A origem
A primeira Páscoa dos Militares foi criada em 1924, no Campo de Santana, na cidade do Rio de Janeiro, em função das peculiaridades da profissão que impossibilitavam, na época, a celebração da missa no período pascal da Igreja (tempo compreendido entre o domingo de Páscoa até a Festa de Pentecostes, que corresponde a 50 dias após a Páscoa). Desde então, os eventos são realizados pelas Forças Armadas e Auxiliares em todas as capitais do Brasil.
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Fonte: Por Tenente Daniela, Comunicação Social da ALA 3. Colaboração: Ten Celly (Evangélico) e Sgt Lirion (Espírita). Revisão: Cap Refm Valmor. Fotos: Ten Daniela e SO Dorneles (Católico), Ten Celly (Evangélico) e S2 Rotta (Espírita)