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Santa Rita de Cássia

Dom Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Celebramos neste dia 22 de maio a memória litúrgica de Santa Rita de Cássia, uma santa muito cultuada e popular aqui no Brasil, conhecida como a santa das causas impossíveis. Santa Rita é celebrada em um mês especial para a Igreja, considerado o mês mariano e o mês das mães, com a celebração de Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora.

Santa Rita nos ensina a ser perseverantes e a confiarmos sempre em Deus. O milagre virá, mas não no nosso tempo, e sim no tempo de Deus. Santa Rita nos ensina a não desistirmos da oração. Ela rezou uma vida inteira pela conversão de seu esposo e de seus filhos. Por isso, não desistamos da oração, pois, no tempo certo, Deus nos atenderá.

Santa Rita de Cássia é celebrada em um mês especial para a Igreja, no qual se celebra Nossa Senhora de Fátima, no dia 13; Nossa Senhora Auxiliadora, no dia 24; e a Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel, no dia 31. O mês de maio é o mês mariano por excelência e também o mês das mães. É costume oferecermos rosas a Nossa Senhora, sobretudo ao rezarmos uma Ave-Maria — em cada Ave-Maria é como se oferecêssemos uma rosa à Virgem Maria.

Por coincidência, Santa Rita é a santa das rosas e, ao final da celebração, oferecemos rosas a ela junto com o pedido pelo qual queremos sua intercessão. Quando recebemos a graça, no ano seguinte voltamos a oferecer rosas a Santa Rita em ação de graças. Aquele pedido que parecia impossível se torna possível por sua intercessão.

Nesse dia, as igrejas dedicadas a Santa Rita de Cássia costumam ficar lotadas, pois, como dissemos, ela é uma santa bastante popular. Se possível, participe da missa nesse dia dedicado a Santa Rita e reze com fé, pedindo que ela interceda junto de Deus por você e sua família. Aproveite para oferecer rosas a Santa Rita em forma de agradecimento pelo pedido atendido. Santa Rita de Cássia é considerada a advogada das causas “impossíveis”, conforme é dito na oração dedicada a ela. Peçamos com fé que advogue em nosso favor.

Rita de Cássia era filha única e nasceu em 1381, na província de Roccaporena, nas montanhas perto de Cássia, região da Úmbria, na Itália. Era filha de Antônio e Amata Ferri, um casal muito piedoso e querido por todos. Eles não sabiam ler nem escrever, mas ensinaram à filha o essencial: a fé em Jesus Cristo e em Nossa Senhora. Também contavam histórias de santos e santas, o que contribuiu muito para a formação de Rita.

Desde pequena, Santa Rita tinha o desejo de ser religiosa e entregar sua vida totalmente a Deus. No entanto, isso só aconteceria anos mais tarde, após ficar viúva e perder seus filhos. Antes de ser religiosa, ela precisava enfrentar tribulações familiares e rezar muito por sua família. Seus pais queriam que ela se casasse e lhe arranjaram um marido, como era costume na época.

O marido escolhido foi Paolo Ferdinando, o que não foi uma boa escolha, pois Paolo era infiel no matrimônio e tinha o hábito de beber em excesso. Por causa dele, Santa Rita sofreu muito durante os dezoito anos em que foi casada. Eles tiveram dois filhos, e Rita demonstrou muita paciência e resignação durante todo esse tempo de sofrimento. O que sempre a sustentou foi sua grande fé e a certeza de que Deus reservava algo maior para ela.

Apesar de todo o sofrimento, ela nunca deixou de rezar por Paolo e por sua conversão. Com o passar do tempo, graças à oração insistente de Rita, aquele homem rude e bruto se transformou. Paolo se converteu e mudou completamente sua vida conjugal. As amigas de Rita vinham lhe pedir conselhos, querendo saber como ela havia conseguido transformar aquele homem, e ela respondia que o segredo era a oração.

Apesar de convertido, Paolo havia deixado na cidade algumas rixas e inimizades. Certo dia, saiu para trabalhar e não voltou mais. Santa Rita sentiu em seu coração que algo grave havia acontecido. No dia seguinte, ele foi encontrado morto — havia sido assassinado. Os dois filhos de Santa Rita queriam vingar a morte do pai. Ela, então, passou a rezar intensamente para que Deus não permitisse que eles cometessem tal pecado. Pouco tempo depois, ambos adoeceram gravemente. Antes de morrerem, Santa Rita rezava com eles e os ajudou a se converterem ao amor de Deus e ao perdão. A graça foi tão grande que os filhos de Rita conseguiram perdoar os assassinos do pai antes de morrerem.

Vemos que, pela persistência na oração e com os joelhos dobrados, Deus ouviu as preces aflitas de Santa Rita e a atendeu. Seus filhos não precisaram sujar as mãos com vingança, e ainda perdoaram os assassinos. Por isso, ela é conhecida como a santa das causas impossíveis e nos ensina a perseverar na oração até o fim.

A partir do momento em que se vê sozinha, viúva e sem filhos, Santa Rita volta a nutrir em seu coração o desejo de infância: servir a Deus mais de perto, pela vida religiosa. Começa, então, a rezar para que essa graça se concretize.

Ela quis entrar para o convento das Irmãs Agostinianas, mas as religiosas tinham muitas dúvidas sobre sua vocação, pois não sabiam se era um desejo verdadeiro ou apenas consequência das perdas recentes. Como o marido havia sido assassinado e os filhos morrido de peste, as irmãs recusaram sua entrada. Como toda vocação precisa ser discernida, as freiras agiram com cautela. Mas, no caso de Santa Rita, era mesmo um chamado de Deus.

Certa noite, enquanto dormia, Rita teve um sonho: ouviu o Senhor chamá-la pelo nome três vezes. Ela abriu a porta e viu São Nicolau, São Francisco e São João Batista. Eles pediram que ela os seguisse. Após caminharem juntos pelas ruas, os santos desapareceram, e Rita sentiu um suave empurrão. Ela caiu em êxtase e, ao recobrar a consciência, estava dentro do mosteiro — que se encontrava com as portas fechadas. Deus havia operado um milagre. As freiras, ao verem isso, entenderam que se tratava de uma obra divina e a aceitaram. Rita viveu ali por quarenta anos.

Um dos milagres atribuídos a Santa Rita foi o seguinte: a madre superiora, duvidando de sua vocação, mandou que ela regasse diariamente um pedaço de madeira seca no jardim do convento. Rita obedeceu com paciência e amor. Após um ano, para surpresa de todos, o milagre aconteceu — o pedaço de madeira seco se transformou em uma bela videira que dá uvas.

Outro milagre atribuído a Santa Rita foi quando, orando aos pés da cruz, ela pediu a Jesus que pudesse sentir um pouco da dor que Ele sentiu na crucificação. Um dos espinhos da coroa de Jesus cravou-se em sua cabeça. A ferida foi tão profunda que ela precisou se isolar das outras irmãs. Intensificou, então, suas orações e jejuns. A ferida permaneceu por quinze anos, exceto por um breve período em que, durante o Ano Santo, foi curada para que ela pudesse ir a Roma. Ao retornar ao mosteiro, a ferida voltou a se abrir.

No dia 22 de maio de 1457, o sino do convento começou a tocar sozinho. Santa Rita, então com 76 anos, teve sua ferida cicatrizada e seu corpo começou a exalar cheiro de rosas. Uma freira chamada Catarina Mancini, que tinha um braço paralisado, ao abraçar Santa Rita em seu leito de morte, ficou curada. Esse foi o terceiro milagre atribuído à santa. No lugar da ferida apareceu uma mancha vermelha que exalava um perfume celestial. Logo uma multidão se formou para vê-la, e foi preciso levar seu corpo para a igreja, onde permanece até hoje, exalando suave perfume que impressiona a todos.

Santa Rita de Cássia foi beatificada em 1627, em Roma, pelo Papa Urbano VIII. Sua canonização ocorreu em 1900, no dia 24 de maio, pelo Papa Leão XIII, e sua festa litúrgica foi fixada no dia 22 de maio. A devoção a Santa Rita é muito forte em todo o Brasil.

Recordemos também, nesse dia, todos aqueles que se chamam Cássia, Cássio, Rita ou Rita de Cássia. Que Deus infunda no coração dessas pessoas a mesma fé de Santa Rita e que elas possam perseverar até o fim.

Celebremos com alegria a memória litúrgica de Santa Rita e que ela seja para nós exemplo de fé e persistência na oração. Devemos rezar sempre e pedir com fé aquilo que desejamos, pois, na hora certa, a graça virá. Santa Rita é considerada a santa das causas difíceis. Entreguemos a ela todas as nossas causas e, com fé, alcançaremos aquilo que necessitamos. Amém.

 

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