Padre relembra missão que levou Mãe Peregrina à Antártica
Recém-incorporado à Marinha do Brasil, ainda como Segundo-Tenente, o então Capelão Pe. Audinei Carreira da Silva foi nomeado, em 1984, para acompanhar a terceira expedição brasileira à Antártica, a bordo do Navio de Apoio Oceanográfico Barão de Teffé. A missão era a instalação da Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz, localizada na Ilha Rei George, na Baia do Almirantado.
O Capelão Audinei, com a finalidade de prestar assistência religiosa e espiritual aos militares e pesquisadores a bordo do Navio, teve a ideia de levar uma imagem de Nossa Senhora para a Antártica. Uma ermida foi feita, em mármore, na forma de uma seta, apontando para o céu. No meio da seta foi colocada a imagem da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt (em bronze). O propósito de levar a Santa para a Antártica era aquecer os corações das pessoas que estivessem em missão nessa terra de gelo, trazendo paz e conforto.
Assim, no dia 8 de dezembro de 1984, durante a celebração de uma missa, foi realizada a bênção e a entronização da ermida, na Antártica. Estavam presentes além dos brasileiros, representantes de outros países: chineses, poloneses, russos, americanos, chilenos, argentinos, peruanos e uruguaios. “A celebração foi ao ar livre, graças a Deus, em um dia de sol, com 8° acima de zero e pouco vento, o que diminuiu a sensação térmica de frio. Era uma atmosfera muito boa, lembrou o Pe. Audinei, atual pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Cianorte, da Diocese de Umuarama/PR.
Após 30 anos, a irmandade da Mãe Peregrina solicitou ao PROANTAR informações sobre a ermida na Antártica. A Tenente Fátima, médica do Grupo-Base, foi a responsável por localizar e mostrar a situação atual em que se encontra a imagem.
Todos os anos, durante o inverno, a neve se acumula e a ermida fica encoberta. Mas, no verão, o gelo derrete e é possível visualizá-la. Em função do último inverno rigoroso, a imagem estava bastante soterrada, por isso foi necessário escavar o gelo, de modo a permitir o registro atualizado da imagem, explicou a Tenente Fátima.
Para o Pe. Audinei foi muito importante receber informações da ermida. “Sei que pessoas que vão trabalhar na Antártica tem na ermida o seu lugar de oração, assim como naquela época da entronização, havia pessoas religiosas de diferentes crenças. Ela se tornou um lugar significativo não somente para os militares, mas, também, para os cientistas e jornalistas, que ali faziam os seus exercícios de reflexão”.
Fonte: INFOCIRM, Nov 2016
Versão para Impressão