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Festa da Apresentação do Senhor

Cardeal Orani Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

“O Rei da glória é o Senhor onipotente” (Sl 23/24) 

Celebramos neste domingo a festa da Apresentação do Senhor no templo que neste ano ocorre no domingo. Ela é sempre celebrada no dia 2 de fevereiro independente do dia da semana que ocorra, por isso que neste ano ela entra no lugar do quarto domingo do tempo comum durante o ano. Essa celebração acontece quarenta dias após o Natal, por isso é celebrada independente do dia da semana que ocorra, tem o rito da bênção das velas, inclusive abençoa-se as velas que serão usadas na celebração de São Brás, no dia 3 de fevereiro.

Esse dia, também, é Dia de Oração pelos Religiosos e Religiosas. Pedimos nessa festa que a luz de Cristo ilumine os caminhos daqueles que se consagram ao Senhor.

No dia da festa da Apresentação do Senhor é conhecido também como festa de Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora da Guia, ou das Candeias, ou Candelária, ou mesmo festa das luzes, pois nessa celebração abençoam-se as velas e em procissão com as velas acesas todos caminham ao encontro do Senhor. A celebração inicia-se do lado de fora da Igreja, onde ocorre a benção das velas e todos entram na Igreja com as velas acesas, iluminados pela luz do Senhor vamos ao seu encontro pedindo que Ele seja sempre a nossa luz, e que a nossa fé sempre esteja acesa como a chama daquela vela.

Esse acontecimento é narrado no capítulo dois do evangelho de Lucas, quando Maria e José sobem ao templo a fim de consagrar Jesus ao Senhor e o profeta Simeão e a piedosa Ana vão ao encontro deles.  Simeão desejou ardentemente esse momento, esperou praticamente uma vida inteira, inclusive quando ele encontra José, Maria e o Menino diz: “Agora Senhor, podes deixar teu servo partir em paz”. É ele que diz a Nossa Senhora que uma espada lhe atravessaria a alma e profetiza sobre o que viria a ser o menino. Ana uma piedosa mulher também vai encontro deles.

No oriente essa festa é celebrada desde o ano 450 d.C. e é chamada de Festa do Encontro, pois o Senhor vai ao encontro dos sacerdotes do templo, e Simeão e Ana representam todo o povo de Deus. A partir do século V essa festa passou a ser celebrada também em Roma. Com o passar dos anos foi acrescentada a essa festa a benção das velas, recordando que Jesus é a luz dos gentios e que todos nós devemos refletir a luz de Cristo para os outros.

No século IV essa celebração era conhecida como a festa da Purificação de Nossa Senhora lembrando a lei mosaica. Em 1960 com a reforma litúrgica e para dar o verdadeiro significado a essa festa que nada mais é do que a oferta de Jesus ao Pai, símbolo do sacrifico da Cruz, essa festa foi denominada como festa da Apresentação do Senhor.

Por isso, no dia da festa da Apresentação do Senhor é o dia de oração por todos os religiosos e religiosas, que são convidados a irradiar a luz de Cristo aos que se encontram perdidos pelo caminho, e ainda são convidados a apresentar novos cristãos para Deus. Que todos os religiosos e religiosas possam discernir a sua vocação dia a dia iluminados pela luz de Cristo.

José e Maria cumprem um preceito prescrito na lei de Moisés, que dizia que todo primogênito do sexo masculino deveria ser consagrado ao Senhor e pertencia ao Senhor. Ao consagrar a criança ao Senhor, os pais deveriam fazer uma oferta, muitos doavam dinheiro ou algum bem material ou animal de grande porte. Por serem pobres, José e Maria ofertam um par de rolas ou dois pombinhos e isso alegrava o Senhor. A Sagrada Família seguia à risca a lei judaica.

O profeta Simeão vai ao encontro da Sagrada Família “movido pelo Espírito Santo”, o mesmo Espírito Santo que conduziu Jesus para o seu batismo e depois o conduziu ao deserto. O mesmo Espírito Santo que conduz a vida da Igreja até aos dias de hoje. Esse mesmo Espírito Santo revela a Simeão que Jesus era o filho de Deus, o Messias esperado. Peçamos nessa celebração da festa da Apresentação do Senhor que esse mesmo Espírito Santo nos faça reconhecer Jesus como o Messias esperado e possamos anunciá-lo as outras pessoas. Sejamos luz na vida dos outros, refletindo a luz de Cristo.

Ao ouvir tudo o que o profeta Simeão disse, Maria guardava todos os fatos e meditava sobre eles em seu coração. Maria sabia desde o início da missão que abraçou de ser a Mãe do Salvador. A profetisa Ana era uma mulher de Deus e esperava, assim como todo o povo de Israel a salvação de seu povo. Tanto Ana, como Simeão, já idosos esperavam com ansiedade por tempos de paz e salvação trazidos pelo Messias.

A primeira leitura dessa missa é da profecia de Malaquias (Ml 3, 1-4), o profeta transmite ao povo a mensagem do Senhor, que dizia que dentro em breve Deus enviaria o seu anjo que preparasse o caminho para a chegada do Messias. Esse anjo do Senhor prepararia o povo para o encontro com o Senhor e para o julgamento que se daria com sua chegada.  

O salmo responsorial é o 23 (24), que diz em seu refrão: “O Rei da glória é o Senhor onipotente”, o salmista convida para que abramos as portas do nosso coração para acolher o Senhor que virá. Que o coração de todos se abra para acolher o Salvador que virá e que com a chegada do Messias possa reinar a paz.

A segunda leitura é da carta aos Hebreus (Hb 2,14-18), nesse trecho da carta, o autor sagrado diz que Jesus veio a esse mundo, assumiu a condição humana com o intuito de libertar a humanidade inteira do pecado, era preciso que Ele destruísse o poder da morte e aquele que tinha o poder da morte: “o diabo”. Jesus é o sumo sacerdote eminente que veio resgatar aqueles que estavam sob a escravidão do pecado e da morte. Jesus, vem em socorro daqueles que sofrem a tentação, pois, Ele próprio venceu a tentação.

O Evangelho dessa solenidade é de Lucas, (Lc 2, 22-40), esse trecho do evangelho de Lucas retrata justamente o que celebramos nesse dia 02 de fevereiro, e que já discorremos acima, “a apresentação do menino Jesus no templo”. Quarenta dias após o nascimento, para cumprir aquilo que era prescrito por Moisés na lei, José junto com Maria levam o Menino Jesus para ser consagrado ao Senhor.

No templo foram recebidos pelo profeta Simeão e pela profetiza Ana, ambos esperavam a consolação de Israel e aguardavam ansiosos a chegada do Messias. O profeta Simeão dizia que não morreria antes de ver o Messias e Ana já era de idade avançada. O profeta revela algumas coisas sobre o que viria a ser o menino e ainda disse a Nossa Senhora que uma espada lhe atravessaria a alma. Maria, no entanto, guardava e meditava todas essas coisas em seu coração.

José e Maria cumpriam à risca a lei Judaica, ao apresentarem Jesus ao Senhor ofertam um par de rolas ou dois pombinhos como sinal de agradecimento à Deus, outras famílias mais ricas ofereciam outro tipo de animal, as famílias mais simples um par de rolas ou dois pombinhos. Essa oferta era um sinal de agradecimento ao Senhor, ou seja, apresentavam e consagravam o filho, em troca, como sinal de gratidão ofertavam animais ao Senhor.

Celebremos com alegria a festa da Apresentação do Senhor e ao celebrar essa festa lembremos de todos os dias consagrarmos a nós e a nossa família ao Senhor. Lembremos ainda da primeira vez que nossos pais nos apresentaram a Deus, e quando nós apresentamos os nossos filhos ao Senhor. Vamos com as nossas lâmpadas acesas ao encontro do Senhor e sejamos luz para quem encontrarmos. Amém.

 

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